Estava aqui pensando no significado de se tornar e, por algum motivo desconhecido por mim, devenir pulou na frente, na minha memória, embora eu estivesse escrevendo em Português Brasileiro. Pode parecer desnecessário, sendo eu uma brasileira,  especificar que o Português que eu falo é Brasileiro (por que não botar nosso Brasileiro em caixa alta?). Os franceses, por exemplo, dizem que nós falamos o Brésilien  e eu acho muito sensato da parte deles.  Nossa língua, principalmente falada, não tem absolutamente nada a ver com a falada em Portugal. Uma vez, numa fila de check-in em Londres, pensei que estivessem falando alguma língua do Leste europeu e era Português!!! Eu não tinha entendido uma palavra! Isso pra não mencionar a lógica, que se é outra ao pensar, obrigatoriamente tem que ser outra ao falar e escrever.

Devenir, me tornar ou become?

Em Francês, temos os verbos venir, revenir e devenirVenir é vir; revenir é voltar e devenir, se tornar. Acompanhando a lógica do venir e revinir, que em Português daria vir e “voltar a vir”, o re que precede o venir para transformá-lo simplesmente em voltar já estabelece uma relação entre os dois verbos franceses que você não encontra correspondente no Português VIR e VOLTAR. Até porque, na lógica da Língua Portuguesa, o sentido “correto” é IR e voltar e não VIR e VOLTAR. Para arrematar com o Francês, o verbo IR é traduzido para ALLER, ou seja, de outra família que nada tem a ver com a do venir. Adoro a palavra Deviens, acho que devia ser obrigatório escrevê-la em caixa alta, como uma Diva!

Estou numa fase de sonhar como vai ser a reescrita desse meu terceiro setênio, ou melhor, essa próxima década dos 18 aos 28 anos, sendo que, agora me sinto com 19. Digamos que passei os dois últimos anos estudando para o vestibular, passei pra faculdade que começa em outubro de 2020, e até final de janeiro estou curtindo meu ano sabático enquanto arrumo as malas para minha nova vida. Dos meus 18 aos 28 anos foi uma década muito conturbada da minha vida e quero revisita-la, agora numa nova versão. Eu não precisava passar por toda aquela dor. Eu mereço uma segunda chance.

Esse ano de 2019 ainda foi um ano de dor. Mais uma vez acreditei num primo que  mente para mim há 34 anos. Bem que minha mãe dizia que eu era muito ingênua. Mas como não acreditar num cara que se diz cristão, justo, um industrial, que recebia a maior guarita do meu pai, Francisco Kenworthy Azevedo, fundador das Indústrias de Feltros Santa Fé S/A, da qual hoje, ele, é presidente? Uma história muito feia que não vou lembrar agora para não manchar meu texto, mas que um dia será contada e perpetuada.

Mas voltando à beleza, pretendo me tornar uma escritora e roteirista que tenha uma profunda empatia com seu público. Qualquer projeto que eu venha a fazer daqui pra frente será feito de forma colaborativa. Não quero mandar em ninguém nunca mais na minha vida. Também não quero ser mandada. Quero integrar grupos criativos com grande urgência para o audiovisual. Desde bem cedo comecei a ler, mas a partir de Mad Men, me viciei completamente em séries. Sou louca pra participar de uma sala de roteirista, acho que é tudo que eu preciso para deslanchar. E, que ironia, terei essa experiência em Inglês em vez de Português, minha língua natal, porque aqui na minha cidade não consegui oportunidade nem como estagiária. A adaptação que fiz para o cinema do meu livro com a Consuelo deve estar em alguma gaveta por aí. So, I’ll BECOME Sofia em Inglês.

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