A verdade de cada um é única e volátil.
Rio de Janeiro: Hoje é dia 5 de fevereiro de 2022 e estou passando a limpo uma anotação do dia 4 de agosto de 2019.
Dia 9 de abril de 2017 eu fiz 56 anos, ou seja, entrei no nono setênio, que é esse em que estou agora, e há pouco mais de dois anos. Decidi escrever minha autobiografia por setênios e, digamos, pra não deixar ninguém perdido, e caber no tempo razoável para vocês não levantarem entediados, resolvi começar a contar minha vida a partir do início desse meu atual setênio, e já estou sendo repetitiva…
Ai meu Deus! (divagando) Por favor, gente, aguenta um pouquinho mais, eu prometo que vou melhorar até o fim da minha temporada, aqui na Terra, ne?
(muda o tom para firme)
Anotem só uma coisinha no final de todas as nove temporadas aqui na Terra ou em outro lugar, no éter, em outra dimensão, todos nós somos anjos. Nós somos uma legião de anjos que se reconhecem quando se conectam pelo coração, pelo sentimento, como aquelas conexões da natureza vegetal com a natureza animal no filme de ficção Avatar. Não existe ficção. Tudo o que pode ser imaginado, pode existir, até porque existiu em primeiro lugar na imaginação de alguém. No caso do filme Avatar, ele foi desenhado, realizado e assistido por milhares de pessoas no mundo. Outro dia o Zé Mauro me disse que tem um parque temático “Avatar” e comentamos sobre a nossa conexão. Eu comento. Ele entende.
(fim da anotação)
A respeito da data 09/04/2017: Não tenho certeza, mas acho que a comemoração foi lá em casa, usando um vestido da Lenny que agora vou levar como saída de praia. Contratei um bartender e comprei um monte de bebida que nunca chegou a ser usada. Estava nos estertores daquele modelo.
Mas voltando ao dia de hoje, 05/02/2022, eu estou vivendo um dilema que espero que seja resolvido com paz de espírito, porque se não, não vale a pena. Tenho 13 dias até voltar para Londres e até agora a única solução que me foi oferecida foi entregar a Pipi para uma mulher desconhecida que “adora” maltês e que não quer nem que eu saiba sua identidade. Eu hein!! Vou entregar essa cachorrinha que eu me ocupei, ainda que de longe só emocionalmente, para uma emissária entregar a Cruz Vermelha, como a mãe em fuga de Kabul que entrega o filho bebê ao soldado? Não quero ser impolite, não, só que não”.
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